sábado, 13 de novembro de 2010

FLOR, A VOLUNTARIOSA


            Depois que o Casper morreu e o Baruk ficou sozinho aqui em casa, resolvemos adquirir uma fêmea de Rotweiller para fazer companhia para ele. Quando fui buscá-la na casa do criador, me apaixonei  imediatamente. Ela parecia um ursinho de pelúcia de tão gorda e fofinha com quarenta e cinco dias. Foi chegando aqui e se sentindo dona do pedaço já latindo para o Baruk, preso dentro do canil. Eu estava com medo de ele, avançar nela. Naquela mesma noite já coloquei-a junto com ele para dormirem juntos e não haver choradeira, por causa dos vizinhos. De madrugada, acordei com os seus gritos. Ele havia perdido a paciência, pois ela queria brincar o tempo todo.
            O tempo foi passando e Flor se mostrava cada vez mais levada e cheia de personalidade. Mordia tudo que eu deixava escapar no terreiro. A porta da casa, sempre fechada, pois ela entrava e pegava o que via pela frente. A lista dos prejuízos foi ficando enorme: buzinas do carro foram cinco que eu tive que colocar. Ela achava graça em enfiar debaixo do carro e arrancar o fio. Uma vez, já cansada de tanto trocar buzinas, resolvi deixar o carro um mês sem buzina, numa tentativa de que ela, de tanto procurar fio e não achar, acabasse se cansando. Até que deu certo. Um mês depois, coloquei novamente a buzina e nada aconteceu. Mas, um dia, ao jogar uma bolinha pra ela pegar, ela se enfiou debaixo do carro e... OPS! Uma buzina novinha! No outro dia, já estava o carro sem buzina novamente. Resolvi então, passar a buzina por cima do motor. Problema resolvido.
            Jardim? Sem comentários... Ela destruiu todos que eu tentei montar. Arrastava vasos de cimento com laranjeira plantada e destruía o vaso e a laranjeira. E o Baruk só olhando a farra... Em uma véspera de Natal, de madrugada, ela pulou, arrancou e dormiu com a minha guirlanda. Não sei como o Papai Noel ficou intacto...Hidrômetros, foram três, mastigados. Pára-choque do carro, mastigado. Fio do engate da carrocinha, destruído. Vasilhas de ração, tanto as de plástico, quanto as de alumínio, dá no mesmo, duram pouco...
 Resolvemos colocar fio com eletricidade em volta do carro e cercando o jardim. Foi o que resolveu. Comprava ossos defumados, dos grandes. Em um dia ela, acabava com eles. Garrafas pet com ração dentro, duram um dia. Uma amiga disse que coco verde é uma beleza. A labrador dela demora três dias para destruí-lo. Ainda não fiz a experiência...
            O problema maior dela é o ciúme que tem de mim. Já brigou com os outros cachorros, Lindinha e Bacana por minha causa, razão pela qual, não podem ficar perto dela. Apenas o Baruk que ela aceita, pois respeita o seu papel de dono do território. Os outros são intrusos. Mesmo assim, é muito meiga e carinhosa conosco.  Pela manhã, a primeira frase que eu falo com ela é “Não pula, Flor”, pois se deixar, ela pula e agarra na gente. Já imaginou uma Rotweiller de quase 50 kgs, pendurada em você?
            Depois da maternidade, melhorou um pouco, mas isso, já é uma outra história...
            Próxima: Lindinha? Como assim?

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