quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

NÃO ME DEIXE SÓ!

É o que muitos cães gostariam de dizer a seus donos quando eles saem de casa. os tipos mimados e dependentes são os que ficam mais ansiosos e entediados quando estão sozinhos. A reação? Latidos, arranhões nas portas e muita desordem - para desespero dos donos e vizinhos. É possível reverter a situação, segundo o zootecnista Alexandre Rossi, autor do livro Adestramento Inteligente:
- Ao chegar e sair de casa, não faça festa para o seu cão. Guarde a bolsa ou a pasta, tire os sapatos, beba uma água e, só então, o acaricie.
- Para mostrar a ele quem manda (só pra lembrar: deveria ser você), ceda a pedidos apenas quando ele atender primeiro a comandos como "senta" ou "deita". Se ele não obedecer, ignore-o e vá fazer outra coisa.
- Acostume-o a não segui-lo o tempo todo. Quando ele correr na sua frente pela casa, desvie o caminho. Evite chamar o cão quando ele estiver fora do seu campo de visão e ignore alguns pedidos de carinho. É para o bem dele.
- Entretenha-o na sua ausência com atividades como um brinquedo que libera comida quando acionado. Outra sugestão é esconder petiscos pela casa. Assim, ele associará sua saída a momentos prazerosos.
- Se ele grudar na porta para impedir sua saída, treine o comando "fica". Coloque-o na caminha e dê um passo para trás, seguido de um rápido carinho. Se ele obedecer, elogie-o de forma contida. Caso contrário, coloque-o de volta e repita a palavra-chave. Treine esse distanciamento gradativamente, até que o animal entenda que você vai sair, mas voltará.

Bolsas Luly, Nick e Neve, Meck

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O NASCIMENTO DOS FILHOTES

            Durante algum tempo pensamos em arrumar um namorado pra Flor, para que pudéssemos colocá-la pra criar e vender seus filhotes. Mas, na verdade, eu mesma relutava um pouco com a idéia, pois já tinha alguma experiência com uma cadela que tive a alguns anos, chamada Kat. Como ela ficava sempre com o seu namorado, Casper, em todo cio, eram bebês na certa. Só que ela não cuidava dos filhotes. Apenas paria. Não amamentava e nem chegava perto dos pobrezinhos. Eles morriam de fome. Naquela época, eu trabalhava fora e só no final do dia, ia na construção da casa onde eu moro atualmente e que os cães ficavam, prá poder ver como andavam as coisas. Cada dia que chegava, havia um filhote a menos. Além de  fome, eles morriam de frio e de pancadas, pois ela tinha mania de correr atrás do rabo que nunca teve e nessas acrobacias, jogava cachorro prá todos os lados. Em todo esse tempo, só um filhote foi adiante, porque eu e minha mãe tratamos dele na mamadeira e eu o chamava de Zé.
            O namorado escolhido foi o Bob, rotweiller do sobrinho do Wander. Um cão “capa de revista” de tão lindo. No dia marcado, levamos a Flor para o local do encontro e assim que ela chegou, já estranhou o coitado e lhe deu uma surra daquelas. Pensamos: “isso não vai dar certo”. Ela ficou cinco dias com ele, no canil. Estressada, por estar  presa, avançava em tudo e principalmente no pobre do Bob. Depois do prazo estabelecido, trouxemos a Flor novamente, já cientes de que não havia dado certo.
            Com o passar do tempo, começamos a notar que os peitinhos incharam, ela ficou roliça de tão gordinha e aguardamos ansiosamente o parto. Um dia antes a nossa Santa Veterinária, Ana Paula, deu o veredicto, seria na noite seguinte. Eu, particularmente estava mais ansiosa que todos, pensando como seria, pois o histórico dela não era dos melhores.
            Chegamos em casa dia 12 de março, as 22 horas e do portão já escutamos o choro dos filhotes. Ao chegarmos no porão, haviam oito , todos já limpinhos, mas espalhados por todos os lados. Tentamos colocá-los no lugar preparado, mas Flor distribuía bocadas pra todos os lados. Apavorados, pegamos os filhotes e levamos pra dentro de casa, na esperança de salvá-los da mãe assassina. Liguei para Santa Ana, as 23 horas e ela disse:
            - Cláudia, tem que deixá-los com ela. Com pena de amanhã, não haver sobreviventes. Ela tem que se virar.
            Devolvemos os filhotes, fechamos a porta e os ouvidos e salve-se quem puder. As cinco da manhã, resolvi ver como estavam as coisas e para meu espanto haviam nascido mais quatro. Ela já estava mais calma e tentava fazer o ninho, cavando um lugar determinado no porão. Juntei uns panos e coloquei no lugar escolhido e deitei a mamãe lá. Depois, fui pegando os filhotes um a um e colocando pra mamar. Ela me olhava de um modo todo estranho, tipo: “o que significa isso tudo? De onde surgiu esta cachorrada?”. Neste lugar ela ficou 24 horas, sem fazer cocô, nem xixi. Apenas amamentando. Respirei aliviada. Nos próximos dias, prá que ela pudesse comer e beber água, tínhamos que levar até ela. Só levantava prá suas necessidades fisiológicas. Foi assim até que nasceram os dentinhos nas fofurinhas. A partir daí, a festa acabou. Ela tomou pavor dos filhinhos, pois eles a machucavam com aquelas pontinhas afiadas na boca. Então, entrou em cena, Lindinha, que, por não cheirar a leite, assumiu o posto de tia e tomava conta dos filhotes, dormia e brincava com eles.
Mesmo assim, Flor foi uma super mãe e também não era neurótica não. As pessoas chegavam prá ver os filhotes e ela não se importava. Ficávamos com eles no colo e era uma festa. Claro, que com ela presa, né? Quando eles começaram a ser distribuídos, o comentário era um só: os filhotes pediam colo o dia inteiro.
            Mas, em toda esta história tem uma parte triste. O pai dos filhotes, Bob, morreu no dia que os filhotes nasceram. De ataque cardíaco. Minha mãe brincou que ele se assustou com a quantidade de filhos que teria que cuidar. Prá lembrarmos dele, ficou o Bacana e a Juma que são a cara dele. Observem a foto do Bob abaixo e a do Bacana na sua postagem. É prá não esquecermos de um cão doce, tranqüilo e grande amigo  do seu dono, como todo rotweiller deve ser.

Bolsas Vitória, Helena e Flor

sábado, 4 de dezembro de 2010

BACANA, O CAÇULA.

            Tenho poucas histórias sobre o Bacana. Ele fez 9 meses dia 12 de dezembro. Além de estar dengoso demais por causa dos mimos que eu e Lindinha fazemos nele, posso dizer que é um filhote corajoso.
            Com dias de nascido, sua mãe, Flor, arrancou dois dedinhos da pata traseira esquerda dele. Como? Nós nunca saberemos. Chamávamos de “Dois Dedinhos” prá diferenciá-lo dos outros. Eu, como já tinha três cachorros em casa, não pensava em hipótese alguma em ficar com mais algum. Apesar de adorar os filhotes, estava doida que chegasse os quarenta e cinco dias pra despachá-los para seus donos, tamanho é o trabalho que  davam. Mas, o pequeno não me largava prá nada. Quando chegava no porão, onde eles ficavam, ele era o primeiro a chegar perto de mim e o último a me largar. Ele era muito miudinho e sem graça e eu que sempre tive uma queda pelas minorias,  fui me apaixonando... Quando os outros começaram a ir embora, eu já tinha certeza de que esse não iria. Mas, precisava arrumar um nome decente para ele, então, um dia ao assistir vídeo show, vi uma entrevista com aquele ator que trabalhou em Armação Ilimitada, onde seu nome era Bacana. E eu pensei: é esse.
 Comecei a deixá-lo de dia com a Flor, pra ela não se desacostumar dele e a noite com a Lindinha. Mas, logo vi que aquilo não daria certo. Ela era bruta demais nas brincadeiras, deitava em cima dele e ficava mordendo e rosnando que dava medo. Em mim e nele. Quando eu chegava perto então... Ela não deixava ele se aproximar e tentava afastá-lo de qualquer maneira, por ciúmes.
            Para evitar conflitos, eu sempre trato dos quatro separadamente. Baruk e Flor comem dentro de seus respectivos canis e Bacana e Lindinha dentro do porão. Os dois primeiros nunca puderam comer juntos, pois um come o seu e depois quer comer o do outro, o que já não acontece com os outros dois,  que comem juntos e não acontece nada.
            Um belo dia, depois de tratar dos quatro, estava arrumando as coisas pra levar Flor e Baruk para ficar na frente da casa, então o Bacana que estava dentro do porão, teve a bela idéia de passar a pata por baixo da porta, brincando. Nessa altura ele já tinha 4 meses. A Flor, até hoje não sabemos porque, mordeu a pata dele e quase a arrancou. Eu entrei em desespero, não sabia o que fazer. Jogava água nela, batia na cabeça dela, enfiei as duas mãos dentro da boca dela e nada...ela não largava de maneira nenhuma. O filhote, gritava e chorava e a patinha dele ia roçando na parte de ferro da porta e arrancando os pelos. Foi então que tive a idéia: “se o Baruk salvou a Lindinha duas vezes, quem sabe ele não faz alguma coisa.” Corri no canil e soltei o Baruk. Ele entrou como um super dog no porão e apenas rosnou pra ela. Ela soltou a pata na hora. Nesta altura do campeonato, eu estava um molambo. A minha vizinha de lado, ouvindo meus gritos, chegou no muro, achando que a Flor tinha avançado em mim. Veio com um copo de água com açúcar, que eu tomei um pouco e ela de tão nervosa tomou o resto.
            Imediatamente, liguei para o Wander, meu marido, e levamos o Bacana a clínica veterinária. Sua pata parecia com a de um boi de tão inchada. Ele, de tanto chorar e gritar fez coco e xixi prá todo lado. Felizmente,  não quebrou nada, mas  a pata ficou toda furada, que atravessou de um lado para o outro. Quando eu cheguei da clínica e o coloquei com a Lindinha, ele todo cheio de curativos, entrei em uma crise de choro que não parava e a Lindinha ao ver nossa tristeza, chorou também. Bacana levou semanas pra se recuperar. A partir disso, nunca mais se viram. No outro dia, a desesperada, chorou o dia inteiro, não sei se de remorso, ou de dor de cabeça, afinal eu amassei uma vasilha de alumínio na cabeça dela.
            Hoje, ele fica só com a Lindinha. Manca um pouquinho da pata traseira, pela falta dos dois dedinhos. Mas é bonzinho demais. Amigão da Lindinha, não larga ela pra nada e vice versa. Quando eu saio com um, o outro fica chorando. Super obediente e dengoso. Não pode me ver que se enrosca todo pra ganhar cafuné. Quando eu saio de casa, às vezes ele fica chorando.
As pessoas falam tanto de rotweiller!Que é um cachorro violento, que mata o dono, etc. Eu que convivo com eles a quase quinze anos, a única atitude violenta que vi, foi essa da Flor. Mas eu entendo. O ciúme que ela tem de mim é doentio. Então, eu não abuso. Se faço cafuné em um, faço no outro. É uma raça fiel como poucas. Dos meus quatro cachorros, os mais agarrados comigo, por incrível que pareça são os dois rotweillers. Meus grandes amigos...
Próxima: O nascimento dos filhotes

Bolsas Bionda, Lindinha, Banzé

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

LINDINHA...COMO ASSIM?

Diz o ditado popular que “quem ama o feio, bonito lhe parece” , pois com relação a Lindinha é a mais pura verdade.Essa viralatinha ficava na rua de casa correndo com um amiguinho de lá prá cá, muito alegre e esperta. Sempre que eu passava de carro, a observava. Um belo dia, ao sair no portão, lá estava ela, sentada na porta de casa. Meu marido disse “ a lotação aqui em casa está esgotada” e eu respondi que ia apenas colocar ração e água. Depois, fiquei com pena de ela passar a noite fria no passeio e pensei “só hoje”. Tem dois anos...
No primeiro banho, pude reparar a comunidade de pulgas, carrapatos e ossos saltando na pele. Dava até medo de quebrar na hora de esfregar. Ela era simplesmente horrorosa! Pena que a foto que tirei no dia que ela chegou, se perdeu. A opinião dos amigos era unânime “que cadela feia...” e eu dizia que por ela ser tão feia que a chamaria de Lindinha, prá ver se atraía beleza para ela. Bom, eu acho que deu certo. Com o tempo ela foi engordando, os pelos mudando e hoje ela é uma gracinha, pelo menos pra mim. Um amigo sempre brinca “quem não quer mais seu cachorro, amarre-o na porta da casa da Cláudia que ela bota prá dentro”.
Inteligente, eu nunca vi igual. Parece que entende tudo que a gente fala:
- Lindinha, pega a bolinha!
- Lindinha, cadê o paninho?
- Lindinha, vamos na casa da vovó? ( Ela corre pro portão que liga a minha casa a casa da minha mãe, na mesma hora).
- Lindinha, não pula! ( ela resmunga, como se estivesse reclamando).
Mas, o que estava tudo maravilhoso, virou um pesadelo por causa dos ciúmes da Flor. A veterinária explicou:
- Rotweiller é territorialista. Ela não vai admitir que ninguém invada seu território, principalmente fêmea.
Dito e feito. Lindinha apanhou quatro vezes da Flor. Na última vez,  a porta do canil abriu e a Flor a encurralou. E sabem quem a salvou? Acreditem... Baruk. Entrou correndo no canil e se interpôs entre as duas. Ficamos perplexos. Hoje elas nem passam perto uma da outra, pra evitar problemas. Mas, Lindinha não se intimida. As duas só se vêem através do vidro de uma porta que separa o terreiro da garagem, e a viralatinha fica provocando a outra, o triplo do tamanho dela, através do vidro. Outro dia me estressei:
- Quer que eu abra a porta e ela venha te pegar?
Quando a Flor desmamou os seus filhotes, eles passaram a  dormir com a Lindinha. Todos emboladinhos... e ela adotou o que eu acabei deixando aqui: Bacana , o caçulinha. E esta é a próxima história.    

sábado, 13 de novembro de 2010

FLOR, A VOLUNTARIOSA


            Depois que o Casper morreu e o Baruk ficou sozinho aqui em casa, resolvemos adquirir uma fêmea de Rotweiller para fazer companhia para ele. Quando fui buscá-la na casa do criador, me apaixonei  imediatamente. Ela parecia um ursinho de pelúcia de tão gorda e fofinha com quarenta e cinco dias. Foi chegando aqui e se sentindo dona do pedaço já latindo para o Baruk, preso dentro do canil. Eu estava com medo de ele, avançar nela. Naquela mesma noite já coloquei-a junto com ele para dormirem juntos e não haver choradeira, por causa dos vizinhos. De madrugada, acordei com os seus gritos. Ele havia perdido a paciência, pois ela queria brincar o tempo todo.
            O tempo foi passando e Flor se mostrava cada vez mais levada e cheia de personalidade. Mordia tudo que eu deixava escapar no terreiro. A porta da casa, sempre fechada, pois ela entrava e pegava o que via pela frente. A lista dos prejuízos foi ficando enorme: buzinas do carro foram cinco que eu tive que colocar. Ela achava graça em enfiar debaixo do carro e arrancar o fio. Uma vez, já cansada de tanto trocar buzinas, resolvi deixar o carro um mês sem buzina, numa tentativa de que ela, de tanto procurar fio e não achar, acabasse se cansando. Até que deu certo. Um mês depois, coloquei novamente a buzina e nada aconteceu. Mas, um dia, ao jogar uma bolinha pra ela pegar, ela se enfiou debaixo do carro e... OPS! Uma buzina novinha! No outro dia, já estava o carro sem buzina novamente. Resolvi então, passar a buzina por cima do motor. Problema resolvido.
            Jardim? Sem comentários... Ela destruiu todos que eu tentei montar. Arrastava vasos de cimento com laranjeira plantada e destruía o vaso e a laranjeira. E o Baruk só olhando a farra... Em uma véspera de Natal, de madrugada, ela pulou, arrancou e dormiu com a minha guirlanda. Não sei como o Papai Noel ficou intacto...Hidrômetros, foram três, mastigados. Pára-choque do carro, mastigado. Fio do engate da carrocinha, destruído. Vasilhas de ração, tanto as de plástico, quanto as de alumínio, dá no mesmo, duram pouco...
 Resolvemos colocar fio com eletricidade em volta do carro e cercando o jardim. Foi o que resolveu. Comprava ossos defumados, dos grandes. Em um dia ela, acabava com eles. Garrafas pet com ração dentro, duram um dia. Uma amiga disse que coco verde é uma beleza. A labrador dela demora três dias para destruí-lo. Ainda não fiz a experiência...
            O problema maior dela é o ciúme que tem de mim. Já brigou com os outros cachorros, Lindinha e Bacana por minha causa, razão pela qual, não podem ficar perto dela. Apenas o Baruk que ela aceita, pois respeita o seu papel de dono do território. Os outros são intrusos. Mesmo assim, é muito meiga e carinhosa conosco.  Pela manhã, a primeira frase que eu falo com ela é “Não pula, Flor”, pois se deixar, ela pula e agarra na gente. Já imaginou uma Rotweiller de quase 50 kgs, pendurada em você?
            Depois da maternidade, melhorou um pouco, mas isso, já é uma outra história...
            Próxima: Lindinha? Como assim?

domingo, 7 de novembro de 2010

Baruk, o simpático

Sempre gostamos de cachorros, principalmente Rotweiller, mas meu marido, um dia, disse que gostaria de adquirir uma raça chamada Mastin Napolitano. Nunca tinha ouvido falar, mas ele, encantado, encomendou o cachorro de um canil em Campinas. Colocamos o nome dele de Draco, mas assim que ele chegou o veterinário percebeu que ele tinha uma doença degenerativa nos joelhos, o que o impediria de andar. Nem tínhamos nos afeiçoado a ele e já teria de ser sacrificado.
            Como compensação pelo prejuízo (o filhote é caríssimo), a criadora nos mandou outro cachorro e colocamos nele o nome de Baruk.


            Já tínhamos outro cachorro, um Rotweiller de nome Casper, e os dois começaram a conviver sem problemas, até que, um dia, o macho adolescente Mastin disputou uma vasilha de ração vazia com um já idoso Rotweiller - e este levou a pior. A partir deste dia, nunca mais ficaram juntos.
            Como o Casper era mais velho e experiente, ele ficava na frente da casa e o Baruk ficava no quintal. Ficou no quintal até o Casper morrer, três anos depois, coitado. Como ele ficava sem ter contato com ninguém, cresceu medroso e assustado, por ter contato apenas conosco. Assim que o Casper morreu, ele passou a ficar na frente da casa, mas já era tarde demais. Tinha medo de tudo. Quando o carro entrava na garagem ele se encolhia todo e nem chegava no passeio, mesmo com o portão aberto.
            Seu comportamento só mudou quando adquirimos uma fêmea de Rotweiller, Flor, a dois anos atrás, que é cheia de personalidade e o fez ficar mais corajoso. Baruk, agora com 8 anos, está outro cachorro.
            Passeia uma vez por semana e até se aventura a atacar os não conhecidos. Adora deitar ao sol e já é conhecido na vizinhança, pois na minha cidade é uma raça canina rara. Poucas pessoas já viram um Mastin de perto. Outro dia, em um dos seus passeios, foi reconhecido na rua e a pessoa o chamou pelo nome. Rimos bastante. É muito carinhoso conosco e adora que cocem a sua barriga, o que deixa meu marido bastante irritado. “Isso é atitude de cão de guarda?”, diz ele.


            Mas o mais perigoso em sua atitude é quando ele bebe água e se prepara para sacudir. Não fica um por perto, pois as babas atingem qualquer coisa num raio de 3 metros.  Um dia levei o carro para lavar, pois além de poeira, tinha babas para todo lado. Quando fui buscar, o lavador me disse: “Olha, ficou limpinho, mas tem uma cola aqui que não sai.”
            Em um concurso de cães de raça ele ganhou três medalhas: 2º lugar cão mais pesado, 2º lugar cão mais exótico, e melhor da raça (lógico, só tinha ele...).
            Enquanto os outros cães adoram brincar com brinquedos, ele só os admira dentro da barriga. Mastiga todos, aliás, alguns ele nem mastiga, engole inteiro mesmo. E estes demoram um mês pra sair. Então, agora não deixo bolinhas e nem brinquedos mastigáveis perto dele.
 Já foi operado de câncer duas vezes, mas atualmente está muito bem.
            Exótico e carismático, este é o meu Baruk. O cão mais idoso da casa.


            Aguarde a próxima história: Flor, a voluntariosa.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Bolsas Pink, Mell, Valéria



Seria possível que um cachorro – qualquer cachorro, mas principalmente  um absolutamente incontrolável e maluco como o nosso – pudesse mostrar aos seres humanos o que realmente importa na vida?  Eu acreditava que sim. Lealdade. Coragem. Devoção. Simplicidade. Alegria...
 E também as coisas que não tinham importância. Um cão não precisa de carros modernos, palacetes ou roupas de grife. Símbolos de status não significam nada pra ele. Um pedaço de madeira encontrado na praia serve. Um  cão não julga os outros por sua cor, credo ou classe, mas por quem são por dentro. Um cão não se importa se você é rico ou pobre, educado ou analfabeto, inteligente ou burro. Se você lhe dar seu coração, ele lhe dará o dele
 É realmente muito simples , mas mesmo assim, nós humanos, tão mais sábios e sofisticados, sempre tivemos  problemas para descobrir o que realmente importa ou não. Às vezes, é preciso um cachorro com mau hálito, péssimos modos e intenções puras para nos ajudar a ver.
(Trecho do livro Marley e Eu)