terça-feira, 8 de março de 2011

A TRISTE HISTÓRIA DE SATOI

                Um outro mastim que tivemos se chamou Satoi. Wander o comprou no Rio Grande do Sul, e ele veio de avião, todo chique, com dois meses.
                Não parecia em nada com o Baruk. Negro, mais forte e de temperamento mais agressivo. Mas mesmo assim, charmoso e muito amigo.
                Prá quem não sabe, hoje em dia é proibido qualquer amputação em  cães, como acontece com dobermans e mastins nas orelhas e rotweillers, no rabo. Mas quando o Satoi foi comprado, ainda não havia essa proibição, e ele já veio com as orelhas cortadas, mas com o passar do tempo, uma delas  apresentou um problema: ela não ficava fixa no alto da cabeça como a outra. O motivo da compra foi prá exposição em concursos. Seria um cão de pista, com grande chance de medalha, já que seu pai era campeão nacional e internacional. Com essa deformidade, a possibilidade de concorrer a um campeonato foi descartada.
                Satoi foi enviado a uma renomada clínica em Belo Horizonte, para que fosse feita essa correção. Mas, uma  cirurgia simples se transformou em uma amputação total das orelhas do animal. Depois de quase 30 dias de internação, a equipe da clínica lhe deu alta e Wander constatou a mutilação do animal. E isso, porque a cirurgia havia sido feita por um professor da UFMG. Imagina se não houvesse sido. Imediatamente, contratou um advogado e  acionou um processo na justiça contra a tal clínica, que está correndo até hoje, sem definição.Com o tempo passando, nos acostumamos com esta deficiência no animal e nem notávamos mais. Apenas as pessoas que conheciam o Baruk estranhavam: “Uai, ele não tem orelha?”
Satoi era fiel, amigo e um exemplo de cão de guarda. Gostava de fazer grandes passeios com o Wander. Grandão e imponente, chamava atenção por onde passava. Os outros animais,  sempre cismavam de implicar com o grandão e só o seu rosnado os espantava.
                Seu problema, como o de todo mastim napolitano era não gostar de ficar preso, latia sem parar... e as babas. Este então conseguia babar muito mais que o Baruk. Depois de muito andar ou latir, parecia que tinha se preparado para fazer a barba. A espuma da baba tomava quase toda a sua cabeça.
                Em um triste dia, ao chegar em casa, Wander encontrou Satoi morto. Desesperado, me ligou chorando. Não conseguíamos entender o que havia acontecido. A veterinária no dia seguinte, ao fazer a necrópsia constatou “torção de estômago”. Este é um pesadelo que ronda os donos de todos os cães de grande porte. Quando adquirimos o Baruk, nos falaram  a respeito, que não podia se ministrar  grande quantidade de comida de uma vez só, não podia fazê-lo correr depois de se alimentar, mas como nada aconteceu com o Baruk,deixamos de nos preocupar. Nunca podíamos imaginar que isso iria acontecer com um cão de apenas três anos. Fica aí o alerta para todos. Foi triste demais...
                Satoi! Uma vida tão curta e cheia de tristezas . Sentimos muito sua falta, amigão.
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