quarta-feira, 9 de novembro de 2011

CACIQUE, SEMPRE GUERREIRO.

Imaginem a cena: em um sítio, bem afastado da casa principal, um cão amarrado em uma corrente e só se alimentando uma vez por semana. Pois foi assim que conhecemos o Cacique. Um vira-lata com pinta de pastor alemão que ficava lá, mau tratado e solitário o dia todo.
O sítio em questão é do meu sogro, Sr. Waldemar. Nem o culpo por isso. Ele gosta deles, mas do jeito dele. Alimenta-os, cuida quando estão doentes e só. Na sua opinião, eles são bichos e devemos tratá-los como tal, a gente que os mima demais. Eu então, nem se fala. Ele ri do jeito que eu trato os meus. Essa é a mentalidade das pessoas mais velhas. Sei que nem todas pensam assim, mas a maioria pensa. Na casa da minha mãe, por exemplo, um cachorro, Kojak, morreu de tanto carrapato e ficava também preso no fundo da horta, amarrado em uma corrente. Antigamente se achava que, para o cão ficar "bravo", teria que ficar dessa forma. Sabemos de muitas histórias parecidas com essa. Mas, aos poucos, essa mentalidade vai mudar.
Então, voltando ao Cacique, quando o Wander começou a construir sua casa precisou de um cão pra tomar conta da obra e o Sr. Waldemar indicou o Cacique. Chegou lá, coitado, daquele jeito, né? Cheio de pulgas, carrapatos, magro e tristonho demais. Nunca havia ouvido falar em veterinário e que houvesse solução para aquela coceira infernal que ele sofria com seus parasitas.
Wander cuidou dele, levou-o a clínica e com o tempo Cacique virou outro, mas infelizmente, meses depois,  apareceu com um tumor no intestino reto e por isso teve que ser operado e castrado. Mas, com um temperamento dócil e muito amigo passou pela cirurgia e o pós operatório com tranqüilidade.
Seu problema eram as fugidas que ele dava, quando percebia o portão aberto. Sumia pro meio do mato e só aparecia no dia seguinte, às vezes bem machucado, devido a brigas com outros cães. Mas, ao amanhecer, Wander o encontrava no portão, depois de uma noite na gandaia. Afinal, ninguém é de ferro!
 Quando o Satoi chegou, (história postada em março de 2011), ficamos preocupados, pois dois machos não se bicam, Cacique, mais uma vez surpreendeu. Aceitou o filhote com paciência e depois aceitou também as duas levadinhas, Samira e Juma, que atualmente fazem companhia a ele, como um verdadeiro vovozão. Mas, isso não o impede de ser um excelente cão de guarda, dando sinal a qualquer movimento estranho.
Hoje, Cacique, com quase quinze anos, que  a gente nem nota,  tem seus problemas de idade. Alguma perda de dente, uma artrite que o incomoda bastante e o impede de correr como antigamente, quando fugia para namorar ao por do sol, com alguma cadelinha de rua bem do jeito que ele sempre sonhou, livre, bem longe de uma corrente, no fundo de um quintal.



quarta-feira, 28 de setembro de 2011

FANNY

A mãe dela foi abandonada em um lote no bairro Quinta das Flores, na minha cidade, Conselheiro Lafaiete, como acontece com muitos cães. Abandonada depois que está grávida e doente, com câncer na vagina. Atitude covarde de pessoas que ainda não são evoluídas o suficiente para se sensibilizarem com o sofrimento de um animal. Chego a dizer que os animais são eles. Mas como toda história triste tem um lado bom, um anjo a internou, cuidou de suas feridas e de seus filhotes: 3. E quando partiu levou um com ela.
As outras duas filhotes ficaram, Fanny e sua irmã. Cresceram na rua com os vizinhos alimentando e cuidando. Quando chegaram na idade de procriar, seus protetores tomaram a decisão de dar-lhes medicamentos, mas já era tarde,  estavam prenhas. Quando ganharam os filhotes em um matagal lá perto, todos se sensibilizaram. Fanny, para proteger seus sete filhotes, chegou a cavar um túnel e escondê-los.
Mais uma vez, minha super amiga Divanilda* , entrou em ação e achou melhor levar a Fanny  para uma construção lá perto, por causa da chuva e frio que poderia matá-los. Fanny era extremamente mansa e deixava qualquer um chegar perto e tocá-la.  
Em uma manhã de sábado, Di e uma amiga chegaram lá e encontrou-a toda machucada e dos sete filhotes haviam somente dois. Ao redor da cadela, copos e cachimbos de crack. Ainda por cima, urinaram em sua comida. Somente na segunda, conseguiriam atendimento.
Na segunda-feira pela manhã, ela havia sumido junto com seus dois filhotes e só reapareceu uma semana depois, magra e mais machucada ainda. As marcas eram de chutes em seu focinho e parecia que eles amarraram sua boca.
Di levou-a para sua casa e a adotou. Durante dois meses, ela só conseguia comer alimentos molhados. Ficou extremamente traumatizada. Hoje, depois de três anos,que ela consegue chegar perto de humanos sem se urinar ou tremer toda. O medo é tanto que se ouvia o coração dela a um metro de distância. Fica sempre ao lado de sua amiga Babi e quando surge alguma situação de perigo se sente protegida pela amiga.
Existe um Decreto-Lei No 24.645, de 10 de julho de 1934, que define maus tratos contra animais e uma Lei Federal 9605/98, de crime ambiental, que também pune agressões contra animais, e a pena é de detenção de três meses a um ano e multa.
Denuncie! Na internet, existem vários sites orientando como fazer para que  Fanny e outros cães não sofram maus tratos, como ocorre, todos os dias, em todo o mundo.
A propósito, sua irmã Drica, foi morar em um sítio e levou um coice de um cavalo e morreu a cerca de seis meses.
·         Veja neste blog a história:  Babi, tudo de bom.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

TUDO COMEÇOU COM ELES... (parte 2)

Kat. Este é o nome dela. Do furacão que compramos em BH, conforme o primeiro texto desta história. Uma rotweiller baixinha e troncudinha que deu o que falar. Em nada se parecia com o Casper em tamanho e temperamento.
Destruía tudo o que havia pela frente. Em nada a Flôr que eu já acho levada, se parece com ela. Kat, com cinco anos, ainda destruía. Flôr, com três, já melhorou bem.
As histórias são inúmeras: Vasilhas de ração de plásticos: todas. As de alumínio, com cimento por dentro ela rasgava no dente e ainda as carregava pra lá e pra cá, como se fosse uma folha de papel. Detalhe: elas pesam uns 10 kilos mais ou menos.
Como a casa estava em construção, às vezes os pedreiros esqueciam um cano, um pedaço de pau, qualquer coisa do tipo no terreiro. Quando Kat o achava , avançava no objeto, latindo sem parar, até eu me cansar do latido e ir até lá de madrugada, guardar o troço. Já houve noites em que eu, ao chegar na casa, a flagrava avançando num monte de entulhos.
Como já disse anteriormente, tínhamos uma kombi, e ao observá-la detalhadamente, notamos que ela estava sem a placa. Procura daqui, procura dali e descobrimos que nossa cadelinha havia feito da placa uma bola amassada, como se fosse de papel. O motorista, Sr. Mazinho desamassou a placa na martelada.
Numa noite, ao chegar na obra, ela estava olhando pra um canto, com os pêlos todos eriçados e rosnando. No canto, não havia nada, absolutamente nada, visível. Conclusão: além de tudo ainda era médium vidente.
Diagnóstico do veterinário da época: essa cadela é desequilibrada.
Havia um canteiro na frente da casa, onde pretendíamos fazer um jardim. Como ela estava absolutamente sem ter o que fazer, começou a escavar o canteiro até descobrir um cano de água, que ela arrancou e amassou todinho. Resultado: a água vazou a noite inteira.
As torneiras todas tinham uma proteção de grade, pois elas as arrancava da parede, cimentadas.
Piso para casa, sacos de carvão para os banheiros, qualquer coisa, ela puxava e se possível mastigava ou quebrava. Mas, ela não agia sozinha, não! Casper era seu ajudante. Ele só não era o autor intelectual das tramóias, mas quando chegávamos, ele bem que estava todo sujo, igual a ela.
Um dia, haveria uma entrega de pisos, na construção. Quando os entregadores chegaram, a primeira coisa que perguntaram foi se os cães estavam presos. Eu confirmei e ele começaram a entrega. Nesse intervalo, minhas primas Telma e Karina, aproveitaram pra cortar caminho até a casa da minha mãe e fizeram a mesma pergunta:
- Os cães estão presos?
- Sim. Estão.
Quando elas acabaram de descer a escada, Telma gritou:
- Estão soltos, viu?
Kat, havia aberto a porta do canil e estava passeando pelo terreiro. Esta minha prima, ao abrir o portão que chega na horta da minha mãe, só sentiu aquele bafo quente na canela.
Ao ouvir o grito, os carregadores se apavoraram. Um subiu no telhado, o outro pulou a janela, o outro saiu correndo pra rua. Só sei que foi uma confusão só. E ela mesmo, nem deu as caras lá no jardim pra ver o estrago.
Só um filhote de todas as suas crias sobreviveu. Sobreviveu, porque eu e mamãe tratamos dele na mamadeira. Chamei-o de Zé. Ele era lindo demais! Foi vendido e não tive mais notícias. (ver a primeira parte deste texto).
Quando passamos a morar na casa, as confusões pioraram. Ela entrava no cio e a gente tinha que separá-los. Então, começavam a sinfonia de uivos. E ela também, era bem safadinha. Prá ficar junto com seu maridinho, ela era capaz de tirar a massa do vidro da porta e passar pelo buraco. Só vendo pra acreditar!
Cansados, pedimos ao nosso amigo Alex, pra arrumar outra casa pra ela. Hoje, me arrependo. Casper sofreu demais com a sua falta. Não comia, emagreceu muito. Afinal, cresceram juntos. Até minha irmã, Kátia, que não gosta muito dos peludos, se comoveu com a tristeza do Casper, quando ele nem se dignou a levantar do canil pra avançá-la, de tanta tristeza. Se pensasse como penso hoje, arrumaria um jeito de ela ficar, talvez a castraria pra  diminuir a energia contida. Não sei. Tentaria outra solução. Fiquei muito chateada, mas na época foi o que achamos melhor fazer. Logo depois, soubemos que na casa onde ela estava, as torneiras já estavam com grades. Kat, voltava a atacar.
Este no colo da mamãe é o Zé. Lindo demais!

BLUSAS BACANA E TIA ROSINHA

segunda-feira, 4 de julho de 2011

TUDO COMEÇOU COM ELES... (parte 1)

É verdade. Tudo começou com eles: Casper e Kat, um casalzinho de rotweillers que compramos em BH, quando a nossa casa que estava em construção, havia sido roubada. Estes nomes foram escolhidos por causa do par romântico do desenho "Gasparzinho". Fomos em BH, eu, Wander, Naninho, meu sobrinho e James, meu concunhado. O primeiro a ser comprado foi o Casper, ele estava com 45 dias. Quando chegamos, um rapaz com a cara toda amassada, e com uma camisa do cruzeiro combinando com a cara e que não combinava com a camisa do atlético que o Naninho usava, nos mostrou a ninhada. Logo, Wander se encantou com os cães, principalmente com o maior e mais gordinho, mas a filha do sujeito foi logo falando:
- Este, de chiclete na perna é meu!
 Corta para a perna traseira do filhote. E não é que havia um chiclete colado na perna dele! Escolhemos outro. Dali fomos direto pra outra casa, onde compramos a Kat. A mãe já dava mostra de poucos amigos. A vimos através de uma grade e pudemos perceber de lá que ela tinha uma dentição perfeita... Voltamos alegres com o nosso casalzinho.
Cresceram felizes e completamente apaixonados. Onde um estava, o outro também. Nossa intenção, além de proteger a casa era vender os filhotes. Mas o affair era tanto que tivemos que separá-los. Cada cio, era uma cria e Kat não se mostrou uma cadela muito ligada aos deveres maternais. Não amamentava os filhotes, pisoteava-os, e quando dava prá correr em volta do rabo, que nem tinha, jogava os filhotes pra todos os lados. De uma ninhada de 9 filhotes, sobrevivia um, no máximo. Eu tinha que todas as tardes ir na construção e segurá-la para os filhotes amamentarem. Foi um suplicio!
Mas, primeiro vou falar do Casper. Era um exemplo de rotweiller. Aceitou o adestramento, obediente, muito inteligente e bastante safadinho. Um dia, ao tirar o carro da garagem, passou em frente à casa, uma cadela no cio e o Don Juan da rua não pensou duas vezes pra sair correndo atrás dela. Entrou na casa de sua dona e levou bastante vassourada no focinho até que o Wander chegasse para pegá-lo. Chorou o dia inteiro de frustração...
A vizinhança toda tinha medo dele, pois o seu latido e o seu tamanho intimidavam qualquer um.
Nessa ocasião, minha escola possuía uma kombi escolar e eu havia combinado com o pintor para pintar um letreiro nela. Mas ele, não era muito pontual com os horários e cada dia chegava em uma hora, por isso nunca sabia quando ele estava ou não na casa. Uma tarde, quando fui ver a Kat e seus filhotes, ao abrir o canil, o Casper subiu igual a um louco para a garagem, mas não "coloquei maldade" nisso. Fiquei ainda uns 15 minutos com ela, quando decidi ir ver o que era. O rapaz estava colado na parede, branco feito um papel e o Casper colado nele, não deixando ele nem se mexer.
Seu relato: "eu estava fumando meu cigarro, quando vi uma sombra preta passar por baixo da janela e ao me virar, dei de cara com ele. Me apavorei, mas não corri. Fui caminhando devagar até a kombi: trancada. Me direcionei para as duas portas da casa: trancadas. Então vi o portão da garagem aberto e caminhei na direção dele. Mas o pavor era tanto que ao invés de eu sair e trancá-lo, tranquei-o comigo lá dentro. E o cachorro me acompanhando. Pensei: vou passar a noite com esse pretão. Quando vi a Cláudia subindo com o enforcador, criei alma nova."
Resultado: o rapaz sonhou uma semana com o Casper. E o adestrador dele o parabenizou:
- Ele fez tudo certo. Não deixou o cara mexer em nada e também não o atacou. Exemplo de cão de guarda!
 Quando eu chegava em casa de carro, não precisava prendê-lo, ele não saía no portão, de jeito nenhum. Ficava comigo me esperando prá ir prá faculdade. Era tão carinhoso! Não mexia em nada. Nunca estragou uma planta. Nunca! Era o cão que todo mundo pediu a Deus.
Quando o Baruk chegou, Casper já tinha seus 9 anos. Já era um velhinho e o Baruk novo e muito mais forte, não se adaptaram e um dia brigaram por causa de uma vasilha de ração. Casper ficou bastante machucado e então os separamos.
Casper viveu 13 anos. No dia em que ele morreu, cheguei em casa e ele subiu comigo, como sempre. Fechei a porta e fui tomar banho. Quando voltei, reparei que ele não mexeu do lugar. Liguei para o Wander e para a veterinária. Ela indicou um remédio. Ele havia travado, já tinha problema de artrite nas patas traseiras. O colocamos em um cobertor e ele passou a noite toda sem se mexer. Pela manhã, a clínica o buscou e nunca mais o vi. Diz a veterinária que ele morreu no caminho. Nunca me esqueço do olhar dele prá mim. Eu me despedi dele e o agradeci por tudo que ele fez por nós, por nos proteger de uma maneira tão especial. Me emociono até hoje... Algumas pessoas dizem que não querem ter animais, por causa desses momentos. São terríveis mesmo. Mas foram só dois dias de choro. E as centenas de dias de alegria, não contam?
Um dia, ao chegar em casa, percebi por baixo do portão as sombras de umas patinhas. Pensei que era a Flor, mas ela estava lá no fundo da garagem, deitada. Quando os animais morrem, os espiritos ligados à natureza permitem que eles fiquem por um tempo na casa, até serem resgatados. E acredito que era isso. Ele ainda estava ali, se despedindo aos pouquinhos de nós...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

IUKY, A CADELA "FRESQUINHA'.

Hoje, vou contar a vocês a história de Iuki, a cadela de uma amiga muito querida: Tê. É ela que faz juntamente comigo as bolsas que posto no blog, minha amiga em todas as invenções malucas.
Bom, mamãe, sempre falou que a casa da Tê é tão limpa que se precisar de um "chá de sujo", a gente não consegue. Então, eu tentei imaginar como seria uma cadela dentro de sua casa. A cadela teve que se adaptar as manias de limpeza da Tê.
Iuki foi dada de presente a Tê,  filhotinha e logo teve que acostumar com os hábitos da casa. Então, virou uma cadela "gatinha", toda cheia de frescurinhas. Roupinhas, lacinhos nos pêlos, banho e tosa sempre e a casa da Tê continuou na mesma limpeza. Nunca vi nada que desabonasse o asseio da cadela e da dona. Iuky se rendeu.
Tê fala que, com o tempo e os novos modos, Iuki se esqueceu que é cachorro e não se comporta mais como tal. Gosta de brincar de esconde-esconde atrás dos móveis e cuida dos brinquedinhos como se fosse seus filhos.
A coisa chegou a um ponto que Iuky costuma pressentir quando é dia de banho. É só a Tê se encaminhar para o local dos apetrechos para o banho que ela se esconde logo, afinal, ninguém é de ferro.
Outra coisa que Iuky tem é medo de qualquer outro bicho. Afinal, como ela já é meio gente, faz parte da nossa personalidade de humanos ter algum pé atrás com alguém que não seja da nossa raça, não é? Tê diz que ela tem medo até de bichos menores que ela, um ramster por exemplo.
Uma situação que seria preocupante para a higiene desta casa seria o cio. Mas, a Tê, como sempre, resolveu o problema. Coloca calcinhas na Iuky. Diz ela, que quando as coloca ela empina as patas de trás e fica andando assim até se acostumar. Detestando, logicamente.
Mas, Iuky, já foi mamãe. Teve duas filhotinhas lindas e também já sofreu com uma inflamação no útero. O veterinário chegou a desenganá-la, mas ela, que é muito bem tratada, conseguiu superar e está muito bem. Me lembro da choradeira da Tê e da Bia (filha dela), quando me ligou dizendo que Iuky estava doente.
Inclusive, ela tem verdadeira adoração pela Bia. Tê diz que ela adivinha quando a Bia vai chegar em casa. e o mais incrível é que ela não tem hora certa prá chegar. Mas, Iuky sempre está sentadinha no portão uns minutos antes de isso acontecer. Interessante, não?
Quando chego na casa da Tê, ela logo vem anunciar que as visitas estão chegando. Um dia, fui lá com o Bacana. Ela quase teve uma síncope. Deve ter pensado:
- Meu Deus! O que será que é isto? Enorme, preto e tem até uma semelhança comigo. Mas, não deve ser cachorro, porque é muito mal educado e estabanado.
Na cabeça dela, ser cachorro, é outra coisa, bem mais refinada... Imagina se eu tivesse ido com o Baruk. E ele, depois de beber água resolvesse lhe dar uma lambida. Daria motivos para uma terapia.
Fico a imaginar aquela cena do filme A Dama e o Vagabundo, trazida para os dias atuais:
 Iuky, no alto de seus lacinhos e frufrus, analisando um vira-lata bem chechelento, que logo vem se encostando:
-Sai prá lá, seu nojento! Pra que eu te autorize a pensar em me namorar, você terá que passar em um banho e tosa. Fala lá com a Valéria ou o Fernando. Se quiser, te dou os telefones.
E ele:
- O que é isso, lindeza? Num liga pras minhas pulgas e carrapatos, não. Tô muito afim de te dar uns pegas...
Atenção, candidatos!
 Um bom banho é no mínimo um pré requisito prá conquistar o coração desta fofura.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

BABI...TUDO DE BOM!

Eu e minha amiga Divanilda temos muitas coisas em comum, mas uma é especial: o amor pelos pêludos. Ela vai além, porque tem gatos também, aliás, gatas. Mas, hoje vou falar de sua cadelinha Babi.
Há cinco anos atrás, ela e seu marido foram ao Bairro Paulo VI entregar uma cesta básica e ao passar diante de um matagal, se depararam com uma cena. Uma senhora e quatro cães. Uma cadela morta por atropelamento e seus três filhotes, dois já mortos também, mas de fome e a outra ainda tentando sobreviver.
Eles logo se comoveram com a situação e diante da idéia da senhora de enterrar a cadelinha VIVA, pois achava que ela também não sobreviveria, resolveram encarar este desafio: lutar contra o tempo para salvar um filhotinho de dias de nascido.
Levaram a Babi, (este foi o nome escolhido) e a partir daí se revezaram nos cuidados: mamadeiras de 3 em 3 horas, inclusive durante a madrugada, massagem na barriguinha para fazer cocô... A propósito, vocês sabiam que a cadela lambe a barriga de seus filhotes para ajudar o intestino deles a funcionar? Divanilda, simulou esta situação, massageando a barriguinha de Babi com uma gase para que tudo se tornasse o mais parecido possível com o aconchego da mamãe perdida.
Então, Babi cresceu e se tornou uma cadela bonita e saudável. Até demais...
Levada, que só ela. Destruía tudo que via pela frente e diante de tanta bagunça, Di indagou ao veterinário:
- Será que com 1 ano ela melhora?
- Dois anos, então?
- Acho melhor, castrá-la.
Nada. Nada. Nada.
Enfim, a resposta veio:
- Acho que quando ela tiver dez anos e estiver desdentada...
Mas Babi tem suas vantagens. Se sua dona diz a ela NÃO, quando ela se interessa por algo que possa mastigar, rasgar ou roer, ela realmente obedece, mas quando a ordem não é dada... Por exemplo, se estiverem duas blusas em um varal e Divanilda diz a ela NÃO, em relação a blusa vermelha e não disser nada quanto a azul, pode dizer adeus a  blusa azul. E quando vê que fez alguma arte, se dirige ao canil e fica por lá, de castigo, por conta própria.
Um dia, Divanilda, sem querer, pisou em sua pata. Ela, imediatamente, se zangou e ficou literalmente "de mal", entrou no canil e não deu mais papo prá minha amiga. Então, todos os dias quando a Di chega em casa, ela corre para recebê-la. Neste dia, ao fazer o ritual, lembrou no meio do caminho, que estava "de mal", freiou nas quatro patas e deu meia volta. Bravinha, não?
Em uma das tentativas de acalmá-la, foi contratado um adestrador que a levou para ser adestrada, em um lugar onde haviam vários canis com outros cães, também sendo adestrados. Como ela tem costume de abrir a fechadura do seu canil, ela solidária aos outros cães, além da dela, abriu a deles e a bagunça estava formada. Bom, o resultado vocês imaginam. Foi imediatamente devolvida, com a promessa de o adestramento ser feito em casa. Até hoje...
Em outra ocasião, ao aparecer com uma dermatite em uma das patas, foi receitado banhá-la 3 vezes ao dia com permanganato de potássio. Bom, no início foi tudo bem, mas um dia, já cansada de tanto banho, ela mesma decidiu que não precisava mais daquilo e não teve quem a levasse para o banho. Bem, as histórias são muitas...
Tanto eu, quanto a Divanilda e todos os donos de animais de estimação tem uma história como essa prá contar. São histórias reais de amor, alegria e dedicação que estes bichinhos nos dedicam e que gostaríamos que todos que ainda não tiveram esta oportunidade, conhecessem também, através da compra ou adoção de um cão abandonado. Quem sabe, você que está lendo este blog, se não passou por isso, não quer tentar? Hein? Que tal?
Beijos e até a próxima.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

SE UM CACHORRO FOSSE PROFESSOR...

Você aprenderia coisas assim:
Quando alguém que você ama chega em casa, corra ao seu encontro.
Nunca perca uma oportunidade de ir passear.
Permita-se experimentar o ar fresco do vento em seu rosto.
Mostre aos outros que estão invadindo o seu território.
Tire uma sonequinha no meio dia e espreguice antes de levantar.
Corra, pule e brinque todos os dias.
Tente se dar bem com o próximo e deixe as pessoas te tocarem.
Não morda quando um simples rosnado resolve a situação.
Em dias quentes, deite e role na grama, beba bastante líquido e deite debaixo da sombra de uma árvore.
Quando estiver feliz, dance e balance todo o seu corpo.
Não importa quantas vezes o outro te magoa, não se sinta culpado... volte e faça as pazes novamente.
Aproveite o prazer de uma longa caminhada.
Se alimente com gosto e entusiasmo.
Coma só o suficiente.
Seja leal.
Nunca pretenda ser o que você não é.
E o mais importante de tudo...
Quando alguém estiver nervoso ou triste, fique em silêncio, fique por perto e mostre que você está ali prá confortar.
E nós precisamos aprender isso com um animal que dizer ser irracional.

terça-feira, 8 de março de 2011

A TRISTE HISTÓRIA DE SATOI

                Um outro mastim que tivemos se chamou Satoi. Wander o comprou no Rio Grande do Sul, e ele veio de avião, todo chique, com dois meses.
                Não parecia em nada com o Baruk. Negro, mais forte e de temperamento mais agressivo. Mas mesmo assim, charmoso e muito amigo.
                Prá quem não sabe, hoje em dia é proibido qualquer amputação em  cães, como acontece com dobermans e mastins nas orelhas e rotweillers, no rabo. Mas quando o Satoi foi comprado, ainda não havia essa proibição, e ele já veio com as orelhas cortadas, mas com o passar do tempo, uma delas  apresentou um problema: ela não ficava fixa no alto da cabeça como a outra. O motivo da compra foi prá exposição em concursos. Seria um cão de pista, com grande chance de medalha, já que seu pai era campeão nacional e internacional. Com essa deformidade, a possibilidade de concorrer a um campeonato foi descartada.
                Satoi foi enviado a uma renomada clínica em Belo Horizonte, para que fosse feita essa correção. Mas, uma  cirurgia simples se transformou em uma amputação total das orelhas do animal. Depois de quase 30 dias de internação, a equipe da clínica lhe deu alta e Wander constatou a mutilação do animal. E isso, porque a cirurgia havia sido feita por um professor da UFMG. Imagina se não houvesse sido. Imediatamente, contratou um advogado e  acionou um processo na justiça contra a tal clínica, que está correndo até hoje, sem definição.Com o tempo passando, nos acostumamos com esta deficiência no animal e nem notávamos mais. Apenas as pessoas que conheciam o Baruk estranhavam: “Uai, ele não tem orelha?”
Satoi era fiel, amigo e um exemplo de cão de guarda. Gostava de fazer grandes passeios com o Wander. Grandão e imponente, chamava atenção por onde passava. Os outros animais,  sempre cismavam de implicar com o grandão e só o seu rosnado os espantava.
                Seu problema, como o de todo mastim napolitano era não gostar de ficar preso, latia sem parar... e as babas. Este então conseguia babar muito mais que o Baruk. Depois de muito andar ou latir, parecia que tinha se preparado para fazer a barba. A espuma da baba tomava quase toda a sua cabeça.
                Em um triste dia, ao chegar em casa, Wander encontrou Satoi morto. Desesperado, me ligou chorando. Não conseguíamos entender o que havia acontecido. A veterinária no dia seguinte, ao fazer a necrópsia constatou “torção de estômago”. Este é um pesadelo que ronda os donos de todos os cães de grande porte. Quando adquirimos o Baruk, nos falaram  a respeito, que não podia se ministrar  grande quantidade de comida de uma vez só, não podia fazê-lo correr depois de se alimentar, mas como nada aconteceu com o Baruk,deixamos de nos preocupar. Nunca podíamos imaginar que isso iria acontecer com um cão de apenas três anos. Fica aí o alerta para todos. Foi triste demais...
                Satoi! Uma vida tão curta e cheia de tristezas . Sentimos muito sua falta, amigão.
                Próxima história: Uma cadela cheia de atitude: Babi

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

COM VOCÊS...BARUK, O ENGOLIDOR DE BOLINHAS!

            Costumo brincar que o Baruk é o neto que mais se parece com minha mãe.   As mesmas pelanquinhas, o mesmo olhinho caído, e o mesmo apetite. Falo sempre que se o Baruk e a mamãe pararem de comer, podem chamar a funerária, porque a coisa tá feia. Há um mês atrás, Barukinho se recusou a comer. Fazia vômitos e estava inquieto. Levei-o para a horta da casa da “vovó” para ele comer mato, pois aqui não tem. Quanto mais comia, mais vomitava. Dei bicarbonato e saí, esperando que fosse apenas um mal estar.
            Ao voltar, Baruk estava do mesmo jeito, se recusando a comer. Liguei para o veterinário que pediu que o levassem imediatamente à clínica. Chegando lá, foi tirada uma radiografia e se constatou dois objetos em seu estômago.
            Retornando a postagem onde contei a história de Baruk, relatei o episódio em que ele engoliu uma bolinha e ela saiu quase dois meses depois, em formato de quibe. Quando percebi que ele comia as bolinhas que jogávamos pra Lindinha, nunca mais deixei brinquedos pequenos perto dele. Então, logicamente estes dois objetos eram de antes daquele. Fazendo as contas do tempo, constatei que estavam há mais de seis meses dentro da barriga dele. É mole?
            Durante 5 dias, foi dado a ele óleo mineral na esperança de que os objetos saíssem normalmente, mas foi inútil. Foi necessária uma cirurgia estomacal para que fossem retirados. Nela,  constatamos uma bolinha e um pedaço de brinquedo de borracha que ele mordeu. Baruk deve ter emagrecido uns 5 kilos com a brincadeira. Os ossos apontavam sob a pele. Sua alimentação ficou restrita a papinhas, oferecidas de 4 em 4 horas.
            Depois de 2 dias de jejum forçado, ele roubou os dois pescoços de frango que faziam parte do café da manhã da Flor. Fiquei apavorada, mas graças a Deus, nada aconteceu.
            No período em que ficou na clínica, me preocupei com a Flor, porque os dois ficam juntos o tempo todo, dormem juntos, vigiam o portão juntos, então, imaginei a falta que ela sentiria. Como me enganei!Ela estava é contente, a danada. Adorou, pois aí me teria somente para ela. Estava radiante, sem precisar se preocupar em me dividir com ninguém. Flor, a possessiva...  
            Em compensação, Baruk deixou as funcionárias da clínica malucas de tanto latir e chorar, pois uma coisa que ele não economiza é latido. Estava rouco de tanto chamar pela sua queridinha. Coitado! Nem imaginava a alegria que ela estava.
            Bom, a cirurgia fez um mês e ele vai se recuperando. Já engordou um pouco e está bastante espertinho. Mas, bolinhas? Nunca mais!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

NOSSOS AMIGOS FIÉIS

O convívio com cães e gatos faz bem à saúde dos seres humanos. O amor incondicional, as lições de fidelidade,  a alegria de brincar, a vitalidade para pular, correr, passear, o dengo na hora do afago, a gratidão pela comida... Tudo isso torna os pets criaturas especiais, capazes de proporcionar melhor qualidade de vida a seus donos.
Diversos estudos científicos mostram que ter animais de estimação por perto ajuda a prevenir vários males, e essa amizade pode até ter participação importante no tratamento de certas doenças. Uma pesquisa recente feita pelo Instituto de Pesquisa Médica Baker, na Austrália, revelou que quem possui um pet é menos propenso a sofrer com estresse do que a pessoa que não tem. O trabalho, realizado durante três anos, apontou ainda que os animais contribuem para a redução da pressão sanguínea, bem como para  a diminuição dos níveis de colesterol.
Outro levantamento, de cientistas da Universidade de Warwick, na Grã Bretanha, indicou que crianças de 4 a 5 anos se recuperam mais rápido de doenças de rotina quando têm um animal de estimação em casa. Além desse, um estudo da Society for Companion Animal Studies, também na Grã Bretanha, apontou que crianças que convivem com um pet apresentam melhor imunidade do que aquelas que não se relacionam com gatos ou cachorros. " A pessoa se sente bem na presença de um animal e isso a torna mais resistente a doenças", reforça a professora Maria Isabel Sampaio Carmagnani, diretora de enfermagem e coordenadora do Grupo de Trabalho de Humanização do Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo ( Unifesp). " Aqui no hospital, observamos também que a vivência dos nossos pacientes com um cachorro ajuda na diminuição da dor".
(Texto extraído da revista Nestlê com você/ setembro 2010)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

VALÉRIA, UMA DISCÍPULA FIEL DE SÃO FRANCISCO

               Olá amigos! Vocês já conhecem  o nosso trabalho artesanal de bolsas com o nome dos bichos de estimação. Este trabalho começou no intuito de ajudarmos uma moça que mora no bairro São Dimas, de nome Valéria.  Ela recolhe animais abandonados e cuida deles com muito amor e carinho. Prestem atenção em sua história:
                Valéria, com a ajuda de seu marido, Célio e seu filho Carlos Henrique, há mais de quinze anos cuida de cães, gatos e até mesmo aves abandonadas. As pessoas que não querem mais seus bichinhos, por causa de doença ou velhice, deixa-os na porta de sua casa e ela não consegue abandoná-los uma segunda vez. Hoje, em sua casa, ela abriga cerca de 30 cães e 19 gatos.
                Com o tempo ela montou, com dificuldade, um hotelzinho/Pet Shop “Um amor de Companheiro”, e com o dinheiro compra comida e remédio para os animais, além de ajudar nas despesas da casa. Até desse modo, os donos ingratos de alguns , arrumaram uma maneira sutil de abandoná-los.  Hospedam o animal e nunca mais voltam para buscar.
               É o caso do Vovô, este cão preto, deitado, na foto. Sua dona, deixou-o hospedado e nunca mais o buscou. Valéria me disse que ele fica a maior parte do tempo deitado, olhando sempre para a porta a espera de que, um dia, ela volte para buscá-lo. O motivo? Vovô tem mais de quatorze anos e provavelmente dará despesas que ela não quer ter. Inclusive, ele já está com um tumor na região abdominal.
                             Yanka, uma shnauzer, muito lindinha, também foi mais um caso de maus tratos de seu dono. Ele colocou-a prá cruzar quantas vezes ela agüentou, para poder lucrar com seus filhotes.
Um dia, quando ela não suportava mais, já estava magra e completamente desnutrida, ele chegou ao hotelzinho e a ofereceu a Valéria por R$100,00. Ela, comovida com a situação, passou a noite em claro, pensando em um modo de conseguir o dinheiro e salvar a cadelinha. Depois de um acordo com o dono (ele parcelou o valor), Yanka, veio morar com a nossa amiga. Com o tempo, engordou e se tornou outra cadelinha. Depois de alguns dias, o dono voltou à casa de Valéria e quando Yanka ouviu a sua voz, sumiu e se escondeu, de tanto medo dele.
                Outro caso de maus tratos é o de Felini, este Cocker pretinho. Por motivos de mudança, seus donos tiveram que abrir mão do cãozinho. Arrumaram um sítio para que ele pudesse morar. Depois de um tempo, foram visitá-lo, na certeza de que estava sendo bem tratado. A surpresa não foi agradável: Felini, estava passando tanta fome que disputava a comida que a nova dona jogava no terreiro para as galinhas. Revoltada, a antiga dona, procurou a Valéria e ela, como sempre, não se negou a ajudá-lo. Felini, também, velhinho, já está cego e se guia pela voz dela.
                Depois de tanto ouvir estas e muitas outras histórias , pensamos em uma maneira de ajudá-la e divulgar também sua atitude. Atitude de uma pessoa que ama os animais, se comove com sua situação e faz a diferença num mundo tão egoísta como o nosso. Por isso, parte da venda das bolsas, é destinada a ela.  Já confeccionamos quase cinqüenta até hoje e queremos continuar com este trabalho. Quando precisarem dar um presente original e personalizado a alguém, procurem-nos. As bolsas podem também ser com nomes de bebês, com flores, do que a pessoa presenteada gostar. Já fiz uma com o monograma (a inicial do nome) e até com motivos japoneses.   Não precisa necessariamente ser com nomes de animais. Já estamos pensando em customizar blusas. Assim que estiverem prontas postarei no blog. Divulguem a história da Valéria, para que seus amigos conheçam essa pessoa especial e que está tão pertinho de nós.
 Abraços, Cláudia