terça-feira, 27 de março de 2012

SE UM CACHORRO PUDESSE ESCREVER...


"Meu amado dono,
Minha vida deve durar entre 10 e 15 anos, já estou com alguns anos.
Qualquer separação é muito dolorosa para nós. Não fique zangado por muito tempo e não me prenda em nenhum lugar como punição.
Você tem seu trabalho, seus amigos e suas diversões.
EU SÓ TENHO VOCÊ!
Fale comigo de vez em quando.Compreendo muito bem o seu tom de voz e sinto tudo o que você está dizendo. Ficará gravado em mim para sempre, jamais esquecerei.
Antes de me bater por algum motivo, lembre-se que tenho dentes que poderiam feri-lo seriamente, mas que jamais vou usá-los em você.Jamais!
Antes de me censurar por estar preguiçoso ou teimoso, veja antes se há alguma coisa me incomodando. Talvez eu não esteja me alimentando bem. Posso estar resfriado ou, ainda, meu coração pode estar ficando mais fraco…
Cuide de mim quando eu ficar velho e cansado – Por favor NÃO ME ABANDONE!
Tudo é mais fácil para mim com você ao meu lado.
Me ame, pois independente de qualquer razão, eu lhe amarei para sempre!"

Luis Carlos Busato




quarta-feira, 14 de março de 2012

BARUK, A ÚLTIMA HISTÓRIA...

Ontem, 11 de março de 2012, depois de muitos dias de sol, choveu bastante aqui. Só prá combinar com o meu coração que estava nublado e tristonho. Baruk morreu por volta das 10 e 30 da manhã. Depois de mais uma internação e mais uma ingestão de objetos estranhos. Desta vez um pedaço de mangueira de 15 cm. Como já estava muito fraco e depois de ficar praticamente uma semana sem conseguir se alimentar, seu coração não aguentou. E quase que o meu também.
Mas, não quero falar de tristezas não. Hoje não.
Quero relembrar os bons momentos do Baruk:
- Daquela vez, quando eu, passeando com ele também, um boxer do vizinho, passou a pata pela grade e arranhou seu focinho. Baruk ficou impassível. Nem ligou e até arrumou uma alma caridosa que ficou limpando seus ferimentos.
- Do concurso que ele participou, onde o calor estava terrível e ele cansadíssimo, se espalhou pelo chão como um tapete. De repente, um pincher bastante atrevido, chegou bem perto do seu focinho e começou a latir. Baruk apenas abriu os olhos e nem se mexeu. Fiquei imaginando a cena. Aquela boca se abrindo e engolindo o pincher inteiro. Imagina!!!!
- Do dia em que ele agarrou a manga da blusa de uma amiga e foi puxando como se fosse um cabo de guerra. Eu tremia tanto de nervoso pensando que queria morder, mas ele só queria brincar. Mas, a manga da blusa... nunca mais foi a mesma.
- Do dia em que a mamãe foi me visitar e disse:
- Você fala que esse cachorro é a minha cara! Será que eu sou tão feia assim?
E despediu:
- Tchau, clone!
- Do gosto musical apuradíssimo dele. Quando eu ia lavar o carro, ligava o som, e ele chegava a cara bem dentro,  pra escutar as músicas. Um amigo perguntou:
- O quê o Baruk gosta de ouvir?
- Ele ouve o que eu ouço. Paulinho da Viola...
-E ele:
- Coitado do Baruk! Não tem opção, mesmo, né?
- Das vezes em que ele, todo cavalheiro, abria a porta do canil para a Flor, com uma cabeçada, quando ela ainda não conseguia abrir sozinha. E também, quando, ele se fechou dentro do canil, para fugir dos filhotinhos da Flor, mas não adiantou e eles passaram pelas grades.
- Do carinho que teve com a Lindinha e com a Flor, quando elas chegaram na casa, e ele todo paciente, as acolhia e tratava com carinho, pelo menos até elas começarem a morder suas pelancas.
Histórias são muitas. Saudades também. Baruk era especial. Todo diferente em todos os sentidos. Cada cachorro é único, não é mesmo? Aqui em casa, existem quatro personalidades caninas diferentes. Mas, ele era de uma meiguice só. Apesar do jeito desengonçado, estabanado e enorme, era no fundo um filhotão.

Adeus, querido amigo! Deus te proteja e te receba com amor...
Gostaria de agradecer a todos que estiveram envolvidos em todos os episódios difíceis da vida do meu Barukinho, principalmente aos veterinários Ana Paula e Wallace. Que Deus lhes dê em dobro, todo este carinho!