Quando fui buscar a Florzinha há 6 anos, para morar conosco, não imaginava
que ela nos deixaria tão cedo. Osteossarcoma! Esse foi o nome do passaporte que
ela usou pra passar pro outro lado. Descobrimos tarde demais ou sei lá, talvez
na hora certa. Só sei que depois do diagnóstico foram somente três semanas de
convivência.
Para evitar maiores sofrimentos optamos pela eutanásia, mas
um dia antes de ela ser internada me despedi como se deve. Fiquei no canil
junto com ela e repeti tudo que eu havia dito à ela todos esses anos. O quanto
ela era importante para nós, o quanto éramos agradecidos por tudo que ela fez
por nós, por trazer alegria aos nossos dias, por nos proteger, por ser tão
carinhosa e por ser tão corajosa ao enfrentar todas as dores sem rosnar, chorar ou qualquer coisa do
gênero. Apenas nos olhava com aquela carinha de bebê que ela nunca perdeu. E
quando questionei qual seria a hora da despedida, Dra. Ana
me disse que aguardaríamos a hora em que ela parasse de lutar, porque
essa luta também era dela. Foi aí que entendi que nem sempre os animais devem
ser sacrificados. Existem as lutas que valem a pena e as que não têm jeito.
Infelizmente a da minha Flor se encaixava na segunda opção.
Coincidência ou não, li recentemente um livro espírita
chamado Todos os Animais são nossos Irmãos, onde o autor nos conta o que
acontece com eles depois do desencarne. Pra onde vão, por quem são recebidos e
a razão dos sofrimentos que eles passam na Terra. E eu acredito que onde ela
estiver, sem dores principalmente, ela foi bem amparada. E também acredito que, quando reencarnar, se não for
possível voltar para o nosso convívio, ela terá um dono muito especial como ela
merece. Paciente para entender todos as suas necessidades de pulos e lambidas e
carinhoso para retribuir toda sua carência afetiva . Um dono com D maísculo.
Quando perdemos um animal ouvimos sempre essa frase: “por
isso que eu não tenho. Nessa hora a gente sofre muito”. Mas e todos os dias de
alegria? E com a Flor foram inúmeros! O
dia em que ela comeu todo o abacate que estava na mão da Divanilda de uma vez.
O dia que comeu uma empada que a Di trouxe pra ela, também na maior
esganação. Quando ela viu o Tom pela
primeira vez e tentou passar por um
buraco na porta de 0,20 x 0,20 cm para
trucidá-lo. Todas as vezes que eu chegava em casa e ela já estava no portão me
esperando. O dia que eu coloquei-a dentro do carro no banco de trás solta e ela
passou pro da frente lambendo a minha cara e eu não enxergava nada pra dirigir.
Ah! São muitas estórias pra contar...
Florzinha, você foi a melhor cadela que alguém pode ter. Só
sinto não poder tê-la comigo por muitos anos ainda, mas Deus sabe o que faz. Agradeço
a Ele a oportunidade de conhecê-la e de ser sua protetora por tão pouco tempo e
onde você estiver receba todo o meu amor.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMe lembro quando a Flor chegou, parecia mais uma bola de pelo, sapeca como a maioria dos filhotes, com o passar do tempo a bola de pelos virou uma Flor, carinhosa e cheia de dengos, aí vieram os filhotes, doze no total que ela cuidou de maneira exemplar. A Flor gostava tanto da Cláudia que quando nos abraçavamos ela entrava no meio de nós dois. Sentiremos saudades de você Florzinha.
ResponderExcluirQue bonito Cláudia! O que vale é lembrar da felicidade compartilhada durante esses anos juntas. Beijo Flor!!!
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