Manhã fria de terça feira. Saí as 6 e30 hs para encontrar o
Sr. João, motorista de táxi que trata de cachorros de rua no ponto próximo à
rodoviária. Havia combinado com ele de tentarmos pegar uma cadela que estava
pra criar e era neste horário que ela aparecia para comer.
O que aconteceu, mas parece que a cadela teve uma intuição que iríamos pegá-la e ficou apavorada e como ficamos com medo de ela se jogar na frente dos carros, desistimos.
Liguei pra Miriam, uma doida por cachorros como eu e dei a notícia e ela disse:
- Já que levantou cedo, quer tentar pegar uma que está aqui perto de casa? Parece que está no cio.
Fui armada de guia, caixa de transporte e Assepran (um boa noite cinderela versão veterinária). Chegamos lá e ela já estava procurando comida. Me apaixonei por ela. Toda amarelinha, os olhos da cor do pelo e uma manchinha branca, apenas uma, no meio da testa. Arrumamos com a vizinha um pedaço de pão, depois de receber aquele olhar de “vocês duas não tem serviço não?” e colocamos o Assepran. Aí era aguardar o efeito.
Vinte minutos depois já mostrava sinais de adormecimento. Pegamos a “Gisele” ( em homenagem a Gisele Bunchen, linda e loira) e levamos pra clinica.
O diagnóstico veio depois. Não era cio, era TVT, câncer canino. Autorizamos a castração e as quatro sessões semanais de quimio. Enquanto isso ficaria no Hotelzinho da Valéria até sua recuperação e a busca de um dono.
Na próxima semana fui buscá-la pra primeira aplicação. A cadela era um doce. Toda meiguinha, colocou a cabecinha no meu ombro e veio quietinha sem se mexer. Segunda aplicação: a mesma coisa. Estávamos encantadas com a meiguice dela. Já na terceira aplicação... parecia que havia sido ligada na tomada. Pulava nos bancos do carro, não satisfeita pulou pro meu colo e depois conseguiu subir na minha cabeça. Jesus! Era outra cadela, tão saliente que nem reconhecemos como aquela Gisele, abandonada, doente e faminta.
No dia da última aplicação, fomos entregar uns livros numa escola próxima a clínica, com ela dentro do carro. O rapaz que estava nos ajudando perguntou se ela também seria doada. Dizemos que sim e se ele não se interessava:
- Eu não, mas vou perguntar pro meu patrão.
Ele veio e imediatamente ligou pro irmão que tinha um sítio e que se interessaria.
O irmão quis na mesma hora ficar com a Gisele, contanto que pudesse pegá-la no final da tarde. Minha amiga, Di se prontificou a ficar com ela até a hora combinada.
O tal irmão foi buscá-la, mas só 8 dias depois. Enquanto isso, ela fez a festa. Corria atrás das gatas, tentava roubar comida das cadelas da casa... Pintou e bordou!
Finalmente na outra semana, Gisele foi morar definitivamente em um sítio numa cidade próxima a nossa. Dizem que está super feliz e fazendo bagunça como sempre.
O que aconteceu, mas parece que a cadela teve uma intuição que iríamos pegá-la e ficou apavorada e como ficamos com medo de ela se jogar na frente dos carros, desistimos.
Liguei pra Miriam, uma doida por cachorros como eu e dei a notícia e ela disse:
- Já que levantou cedo, quer tentar pegar uma que está aqui perto de casa? Parece que está no cio.
Fui armada de guia, caixa de transporte e Assepran (um boa noite cinderela versão veterinária). Chegamos lá e ela já estava procurando comida. Me apaixonei por ela. Toda amarelinha, os olhos da cor do pelo e uma manchinha branca, apenas uma, no meio da testa. Arrumamos com a vizinha um pedaço de pão, depois de receber aquele olhar de “vocês duas não tem serviço não?” e colocamos o Assepran. Aí era aguardar o efeito.
Vinte minutos depois já mostrava sinais de adormecimento. Pegamos a “Gisele” ( em homenagem a Gisele Bunchen, linda e loira) e levamos pra clinica.
O diagnóstico veio depois. Não era cio, era TVT, câncer canino. Autorizamos a castração e as quatro sessões semanais de quimio. Enquanto isso ficaria no Hotelzinho da Valéria até sua recuperação e a busca de um dono.
Na próxima semana fui buscá-la pra primeira aplicação. A cadela era um doce. Toda meiguinha, colocou a cabecinha no meu ombro e veio quietinha sem se mexer. Segunda aplicação: a mesma coisa. Estávamos encantadas com a meiguice dela. Já na terceira aplicação... parecia que havia sido ligada na tomada. Pulava nos bancos do carro, não satisfeita pulou pro meu colo e depois conseguiu subir na minha cabeça. Jesus! Era outra cadela, tão saliente que nem reconhecemos como aquela Gisele, abandonada, doente e faminta.
No dia da última aplicação, fomos entregar uns livros numa escola próxima a clínica, com ela dentro do carro. O rapaz que estava nos ajudando perguntou se ela também seria doada. Dizemos que sim e se ele não se interessava:
- Eu não, mas vou perguntar pro meu patrão.
Ele veio e imediatamente ligou pro irmão que tinha um sítio e que se interessaria.
O irmão quis na mesma hora ficar com a Gisele, contanto que pudesse pegá-la no final da tarde. Minha amiga, Di se prontificou a ficar com ela até a hora combinada.
O tal irmão foi buscá-la, mas só 8 dias depois. Enquanto isso, ela fez a festa. Corria atrás das gatas, tentava roubar comida das cadelas da casa... Pintou e bordou!
Finalmente na outra semana, Gisele foi morar definitivamente em um sítio numa cidade próxima a nossa. Dizem que está super feliz e fazendo bagunça como sempre.
Nota: esta não é uma foto da Gisele, apenas uma cadela parecida com ela. Tentei de todas as formas que o atual dono me enviasse uma foto, mas até agora nada)
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