Manhã de domingo.
Programa em vista: levar D. Emília a uma feira de artesanato. Tudo pelo
bem de madrecita. Estava completamente entediada. Quando chegamos lá, com
aquela dificuldade toda de arrumar estacionamento e tal, perto da barraca de
uma amiga, Tê, lá estava ela. Deitadinha, toda desanimada.
Tê me perguntou se por acaso não estaria doente. Fiz as
perguntas clássicas: tentou dar água, comida, andou? Em todas ela respondeu que sim, mas a
cadelinha não quis nada. Aí comecei a Via Crucis, achar alguém que a levaria
pra Valéria*. Um tá sem carro, um não pode agora. E cachorro de rua pra
desaparecer é melhor que o Mister M. Desisti. Eu e mamãe íamos almoçar em
Itaverava e não tinha como levá-la junto.
Falei com Tê, que quando chegasse ligaria, e se ela ainda
estivesse ali, a levaria pra Valéria. A interseção divina teria que funcionar.
Quando voltamos, por volta de 16 hs, fiz a ligação e
confirmadíssimo: a cadelinha estava lá me esperando. Voltei, parei do outro
lado, cheguei perto e pra surpresa de todos, ela veio e se enroscou em mim,
confirmando a teoria de minha mãe: você tem cheiro de cachorro, por isso todos
grudam em você. Fui chamando, e ela veio até o carro. Abri a porta e ela Zupt
pra dentro.
No outro dia, já marquei a castração no CCZ e daí de volta
pra Valéria.
Aí começou outra Via Crucis, arrumar dono. Não acho certo
soltar na rua novamente, apesar de ser infelizmente o que deve ser feito. Não
conseguiremos achar dono, dono no sentido literal da palavra, não qualquer
pessoa que coloque na corrente de qualquer jeito, sem o mínimo de cuidado, pra
todas as cadelas de rua que castrarmos.
A longo prazo, essa situação irá mudar, diante da quantidade de
castrações que estão sendo feitas, mas por enquanto é o “menos pior” a se
fazer.
Tetê, o nome escolhido, em homenagem a amiga que a achou,
ficou na Valéria por quase 30 dias, quando finalmente conseguimos um dono pra
ela, que de quebra levou uma companheira com ela, que também estava lá,
aguardando um novo lar. Estão agora em um sítio no município de São Gonçalo,
alegrando a vida de um casal de idosos que também precisam de alegria que é o
que duas cadelinhas podem dar, e de sobra.
* Valéria é uma protetora que nos ajuda muito nessa questão de castração de cadelas de rua. Contei sua história na postagem "Uma discípula de São Francisco". Quero também acrescentar que o valor gasto nestas castrações é dividido por um grupo de amigos.
* Valéria é uma protetora que nos ajuda muito nessa questão de castração de cadelas de rua. Contei sua história na postagem "Uma discípula de São Francisco". Quero também acrescentar que o valor gasto nestas castrações é dividido por um grupo de amigos.
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