quinta-feira, 25 de novembro de 2010

LINDINHA...COMO ASSIM?

Diz o ditado popular que “quem ama o feio, bonito lhe parece” , pois com relação a Lindinha é a mais pura verdade.Essa viralatinha ficava na rua de casa correndo com um amiguinho de lá prá cá, muito alegre e esperta. Sempre que eu passava de carro, a observava. Um belo dia, ao sair no portão, lá estava ela, sentada na porta de casa. Meu marido disse “ a lotação aqui em casa está esgotada” e eu respondi que ia apenas colocar ração e água. Depois, fiquei com pena de ela passar a noite fria no passeio e pensei “só hoje”. Tem dois anos...
No primeiro banho, pude reparar a comunidade de pulgas, carrapatos e ossos saltando na pele. Dava até medo de quebrar na hora de esfregar. Ela era simplesmente horrorosa! Pena que a foto que tirei no dia que ela chegou, se perdeu. A opinião dos amigos era unânime “que cadela feia...” e eu dizia que por ela ser tão feia que a chamaria de Lindinha, prá ver se atraía beleza para ela. Bom, eu acho que deu certo. Com o tempo ela foi engordando, os pelos mudando e hoje ela é uma gracinha, pelo menos pra mim. Um amigo sempre brinca “quem não quer mais seu cachorro, amarre-o na porta da casa da Cláudia que ela bota prá dentro”.
Inteligente, eu nunca vi igual. Parece que entende tudo que a gente fala:
- Lindinha, pega a bolinha!
- Lindinha, cadê o paninho?
- Lindinha, vamos na casa da vovó? ( Ela corre pro portão que liga a minha casa a casa da minha mãe, na mesma hora).
- Lindinha, não pula! ( ela resmunga, como se estivesse reclamando).
Mas, o que estava tudo maravilhoso, virou um pesadelo por causa dos ciúmes da Flor. A veterinária explicou:
- Rotweiller é territorialista. Ela não vai admitir que ninguém invada seu território, principalmente fêmea.
Dito e feito. Lindinha apanhou quatro vezes da Flor. Na última vez,  a porta do canil abriu e a Flor a encurralou. E sabem quem a salvou? Acreditem... Baruk. Entrou correndo no canil e se interpôs entre as duas. Ficamos perplexos. Hoje elas nem passam perto uma da outra, pra evitar problemas. Mas, Lindinha não se intimida. As duas só se vêem através do vidro de uma porta que separa o terreiro da garagem, e a viralatinha fica provocando a outra, o triplo do tamanho dela, através do vidro. Outro dia me estressei:
- Quer que eu abra a porta e ela venha te pegar?
Quando a Flor desmamou os seus filhotes, eles passaram a  dormir com a Lindinha. Todos emboladinhos... e ela adotou o que eu acabei deixando aqui: Bacana , o caçulinha. E esta é a próxima história.    

sábado, 13 de novembro de 2010

FLOR, A VOLUNTARIOSA


            Depois que o Casper morreu e o Baruk ficou sozinho aqui em casa, resolvemos adquirir uma fêmea de Rotweiller para fazer companhia para ele. Quando fui buscá-la na casa do criador, me apaixonei  imediatamente. Ela parecia um ursinho de pelúcia de tão gorda e fofinha com quarenta e cinco dias. Foi chegando aqui e se sentindo dona do pedaço já latindo para o Baruk, preso dentro do canil. Eu estava com medo de ele, avançar nela. Naquela mesma noite já coloquei-a junto com ele para dormirem juntos e não haver choradeira, por causa dos vizinhos. De madrugada, acordei com os seus gritos. Ele havia perdido a paciência, pois ela queria brincar o tempo todo.
            O tempo foi passando e Flor se mostrava cada vez mais levada e cheia de personalidade. Mordia tudo que eu deixava escapar no terreiro. A porta da casa, sempre fechada, pois ela entrava e pegava o que via pela frente. A lista dos prejuízos foi ficando enorme: buzinas do carro foram cinco que eu tive que colocar. Ela achava graça em enfiar debaixo do carro e arrancar o fio. Uma vez, já cansada de tanto trocar buzinas, resolvi deixar o carro um mês sem buzina, numa tentativa de que ela, de tanto procurar fio e não achar, acabasse se cansando. Até que deu certo. Um mês depois, coloquei novamente a buzina e nada aconteceu. Mas, um dia, ao jogar uma bolinha pra ela pegar, ela se enfiou debaixo do carro e... OPS! Uma buzina novinha! No outro dia, já estava o carro sem buzina novamente. Resolvi então, passar a buzina por cima do motor. Problema resolvido.
            Jardim? Sem comentários... Ela destruiu todos que eu tentei montar. Arrastava vasos de cimento com laranjeira plantada e destruía o vaso e a laranjeira. E o Baruk só olhando a farra... Em uma véspera de Natal, de madrugada, ela pulou, arrancou e dormiu com a minha guirlanda. Não sei como o Papai Noel ficou intacto...Hidrômetros, foram três, mastigados. Pára-choque do carro, mastigado. Fio do engate da carrocinha, destruído. Vasilhas de ração, tanto as de plástico, quanto as de alumínio, dá no mesmo, duram pouco...
 Resolvemos colocar fio com eletricidade em volta do carro e cercando o jardim. Foi o que resolveu. Comprava ossos defumados, dos grandes. Em um dia ela, acabava com eles. Garrafas pet com ração dentro, duram um dia. Uma amiga disse que coco verde é uma beleza. A labrador dela demora três dias para destruí-lo. Ainda não fiz a experiência...
            O problema maior dela é o ciúme que tem de mim. Já brigou com os outros cachorros, Lindinha e Bacana por minha causa, razão pela qual, não podem ficar perto dela. Apenas o Baruk que ela aceita, pois respeita o seu papel de dono do território. Os outros são intrusos. Mesmo assim, é muito meiga e carinhosa conosco.  Pela manhã, a primeira frase que eu falo com ela é “Não pula, Flor”, pois se deixar, ela pula e agarra na gente. Já imaginou uma Rotweiller de quase 50 kgs, pendurada em você?
            Depois da maternidade, melhorou um pouco, mas isso, já é uma outra história...
            Próxima: Lindinha? Como assim?

domingo, 7 de novembro de 2010

Baruk, o simpático

Sempre gostamos de cachorros, principalmente Rotweiller, mas meu marido, um dia, disse que gostaria de adquirir uma raça chamada Mastin Napolitano. Nunca tinha ouvido falar, mas ele, encantado, encomendou o cachorro de um canil em Campinas. Colocamos o nome dele de Draco, mas assim que ele chegou o veterinário percebeu que ele tinha uma doença degenerativa nos joelhos, o que o impediria de andar. Nem tínhamos nos afeiçoado a ele e já teria de ser sacrificado.
            Como compensação pelo prejuízo (o filhote é caríssimo), a criadora nos mandou outro cachorro e colocamos nele o nome de Baruk.


            Já tínhamos outro cachorro, um Rotweiller de nome Casper, e os dois começaram a conviver sem problemas, até que, um dia, o macho adolescente Mastin disputou uma vasilha de ração vazia com um já idoso Rotweiller - e este levou a pior. A partir deste dia, nunca mais ficaram juntos.
            Como o Casper era mais velho e experiente, ele ficava na frente da casa e o Baruk ficava no quintal. Ficou no quintal até o Casper morrer, três anos depois, coitado. Como ele ficava sem ter contato com ninguém, cresceu medroso e assustado, por ter contato apenas conosco. Assim que o Casper morreu, ele passou a ficar na frente da casa, mas já era tarde demais. Tinha medo de tudo. Quando o carro entrava na garagem ele se encolhia todo e nem chegava no passeio, mesmo com o portão aberto.
            Seu comportamento só mudou quando adquirimos uma fêmea de Rotweiller, Flor, a dois anos atrás, que é cheia de personalidade e o fez ficar mais corajoso. Baruk, agora com 8 anos, está outro cachorro.
            Passeia uma vez por semana e até se aventura a atacar os não conhecidos. Adora deitar ao sol e já é conhecido na vizinhança, pois na minha cidade é uma raça canina rara. Poucas pessoas já viram um Mastin de perto. Outro dia, em um dos seus passeios, foi reconhecido na rua e a pessoa o chamou pelo nome. Rimos bastante. É muito carinhoso conosco e adora que cocem a sua barriga, o que deixa meu marido bastante irritado. “Isso é atitude de cão de guarda?”, diz ele.


            Mas o mais perigoso em sua atitude é quando ele bebe água e se prepara para sacudir. Não fica um por perto, pois as babas atingem qualquer coisa num raio de 3 metros.  Um dia levei o carro para lavar, pois além de poeira, tinha babas para todo lado. Quando fui buscar, o lavador me disse: “Olha, ficou limpinho, mas tem uma cola aqui que não sai.”
            Em um concurso de cães de raça ele ganhou três medalhas: 2º lugar cão mais pesado, 2º lugar cão mais exótico, e melhor da raça (lógico, só tinha ele...).
            Enquanto os outros cães adoram brincar com brinquedos, ele só os admira dentro da barriga. Mastiga todos, aliás, alguns ele nem mastiga, engole inteiro mesmo. E estes demoram um mês pra sair. Então, agora não deixo bolinhas e nem brinquedos mastigáveis perto dele.
 Já foi operado de câncer duas vezes, mas atualmente está muito bem.
            Exótico e carismático, este é o meu Baruk. O cão mais idoso da casa.


            Aguarde a próxima história: Flor, a voluntariosa.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Bolsas Pink, Mell, Valéria



Seria possível que um cachorro – qualquer cachorro, mas principalmente  um absolutamente incontrolável e maluco como o nosso – pudesse mostrar aos seres humanos o que realmente importa na vida?  Eu acreditava que sim. Lealdade. Coragem. Devoção. Simplicidade. Alegria...
 E também as coisas que não tinham importância. Um cão não precisa de carros modernos, palacetes ou roupas de grife. Símbolos de status não significam nada pra ele. Um pedaço de madeira encontrado na praia serve. Um  cão não julga os outros por sua cor, credo ou classe, mas por quem são por dentro. Um cão não se importa se você é rico ou pobre, educado ou analfabeto, inteligente ou burro. Se você lhe dar seu coração, ele lhe dará o dele
 É realmente muito simples , mas mesmo assim, nós humanos, tão mais sábios e sofisticados, sempre tivemos  problemas para descobrir o que realmente importa ou não. Às vezes, é preciso um cachorro com mau hálito, péssimos modos e intenções puras para nos ajudar a ver.
(Trecho do livro Marley e Eu)